quinta-feira, 19 de maio de 2011

Educar para a compreensão da Arte...

“Subitamente vemos que a obra do artista nos revela que captamos a nós próprios;

e então compreendermos que toda a criação,

todo o pensamento humano está contido em nós.”

(Jacob Bronowski)

A educação, como processo de ensino e aprendizagem, é uma realidade que está em constantes transformações e evoluções: “os seres humanos constroem o conhecimento a partir do fato de viverem em contextos transformados pelas concepções, ações e artefatos produzidos pelas gerações precedentes.” (p.104)

Pensar e repensar a prática pedagógica, torna-se imprescindível diante de tal situação, deve se tornar motivo constante de debates e de aprimoramento permanente de seus profissionais. Apropriar-se dos estudos realizados por pensadores da área da educação, pode nos auxiliar com sucesso na formação do profissional que queremos ser, nas nossas práticas e condutas pedagógicas.

Jean Piaget destaca em suas idéias que o conhecimento é construído pelo aluno e não transmitido pelo professor, como ocorre na visão tradicional de ensino. Cabe, pois, ao professor oferecer aos alunos atividades onde os mesmos possam agir, construindo e reconstruindo conceitos e hipóteses, assimilando, acomodando e equilibrando as aprendizagens adquiridas a cerca do mundo que os cercam. O professor precisa elaborar atividades onde ocorram ações sobre os objetos de conhecimento/aprendizagem, não esquecendo, porém de observar o nível de desenvolvimento dos educandos, proporcionando conteúdos pedagógicos proporcionais as suas capacidades cognitivas e lhes oferecendo o suporte e os estímulos necessários para o desenvolvimento de suas capacidades. “A educação se concebe assim como um processo de adaptação e acomodação da mente a algumas estruturas de conhecimento (Piaget), mas como um processo dialético em que o sentido e o significado das estruturas de conhecimento se reconstroem na consciência histórica dos indivíduos que tratam de dotar de sentido suas situações vitais.” (p.106)

Kincheloe desenvolve em seus estudos a pedagogia crítica o construtivismo crítico. Segundo ele “o melhor caminho para ensinar a interpretar é pela pesquisa de fenômenos que se vinculem a conceitos ou idéias-chave, observando o conceito social de onde os alunos procedem e as vias ou estratégias que podem utilizar na busca de significados sobre os fatos estudados.” (p.108)

Pensar nas práticas de aprendizagem em Artes, partindo do ponto de vista da interpretação e da atribuição de sentido, pressupõem repensar a maneira como as aulas são ministradas. Assim a atribuição de sentidos ocorrerá de forma singular, por meio de uma teia de relações afetivas, conceituais, cognitivas significativas que cada aluno articulará diante da Arte.

A escola é um espaço de convivência social, onde vários sujeitos estão inseridos, e, portanto está em constante movimento. São diferentes culturas, diversas idades e crenças, diferentes classes sociais e étnicas, histórias e bagagens de vida de intensidades diversas, convivendo em um ambiente único. Portanto, as referências pessoais, fundamentadas nas experiências pessoais ou nos referências culturais, provindos do convívio com a cultura de seu entorno, encaminham os alunos a produzirem sentidos e significações aos conhecimentos. Quanto maior o número de possibilidades e referências dos alunos em Artes, maiores e diferentes serão as suas perspectivas de interação.

Referências Bibliográfica:

HERNÁNDEZ, Fernando. Cultura visual, mudança educativa e projeto de trabalho. Porto Alegre: Artmed, 2000.

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